I parte - São Pedro dos Ferros (1939)

São Pedro dos Ferros - MG (minha cidade natal)

cidade da Zona da Mata de Minas, próxima de Raul Soares,  da mesma região de Abre Campo. Toda a família de meus pais foi dessa região. Nasci nessa cidade, em 30/06/1939 – exatamente no dia de aniversário de meu pai, quando completava 33 anos, pois nasceu em 30/06/1906.

Meu avô paterno chamava-se Augusto Martins  Barbosa, já era falecido quando nasci e minha avó, Florentina Gomes Barbosa também o era. Meus avós maternos eram vivos, mas só conheci minha avó, Maria José Guerra. Meu avô materno, Reginaldo de Souza Coelho, faleceu em 1944, aos meus cinco anos. 


São Pedro era uma pequena cidade, por onde  passava a estrada de ferro da Leopoldina, vinda do Rio de Janeiro, cujo ramal ia até Caratinga.  A vida da cidade era o movimento madeireiro, em segundo plano o café, o Sr. Joter Peres era o madeireiro que protagonizava  esse movimento. Possuía serraria de madeira, caminhões de transporte de madeira, que as buscavam nas matas da região. Essas madeiras eram beneficiadas, primariamente e exportadas pela estrada de ferro.  Esse homem tinha muita gente a seu serviço. Inclusive, meu pai lhe prestou serviços como mecânico de carros e outros mais. O Sr. Joter explorou esse negócio por muito tempo; Quando a madeira dessa região se esgotou, dirigiu-se para outras regiões do país. Por fim, se estabeleceu em Governador Valadares, onde adquiriu uma fazenda de criação de gado. Mas seus filhos, que eram vários, pois tivera uma grande família, foram até para a Amazônia, continuando na exploração de madeira.

Meu pai morou cerca de dois anos em São Pedro e nos mudamos para as proximidades de Manhumirim, um lugar chamado "Parada Breder". Assim, não conheci  minha cidade natal quando criança, mas só aos 18 anos, quando lá fui buscar uma certidão de nascimento para fins de alistamento militar.

Abre-Campo:
- cidade que fica próxima de São Pedro, de onde era a família de minha mãe e também de meu pai. A maioria de meus parentes morava lá, pelo menos até os anos de minha adolescência e mocidade.

Meu pai, por causa do seu trabalho, se mudava muito de uma cidade para outra, i.é, nós mudávamos. Como também sempre morávamos de aluguel, mudávamos de casa nas mesmas cidades. Assim, nos mudamos para a Parada Breder. Ele foi montar máquinas de limpeza e beneficiamento de café para o Sr. Vergílio Rodrigues,  certamente o proprietário do lugar, que era como um vilarejo, pertencente à sua fazenda. Como era próximo da parada do trem, recebeu esse nome de Parada Breder.

O galpão, onde eram instaladas as máquinas de café, tinha uma residência anexa, nos fundos, onde moramos inicialmente. Depois mudamos para outra casa, da qual já me lembro de maiores detalhes. Essa casa ficava numa colina, e da janela da cozinha se avistava a parada do trem, como que do outro lado de um vale. A casa era de assoalho de  madeira, como a maioria das casas daquela época. Do lado da cozinha, por causa do terreno, o assoalho era alto. Meu pai aproveitou esse espaço e montou uma ferraria, embaixo dela. Da ferraria, erguia-se uma escada de madeira que dava acesso à cozinha. Junto à cozinha, no terreiro, havia um chiqueiro de porcos, onde havia dois porcos para engordar. No restante da casa havia dois ou três quartos, salas e uma escada de dois ou três degraus, na frente, que dava acesso à sala de visitas. Desses detalhes já me lembro, embora tivesse apenas 2 anos e meio, aproximadamente.

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